quarta-feira, 13 de março de 2013

Cardeais dirigem-se a Capela Sistina
Escolha do Papa da Igreja Católica Apostólica Romana
Impossível não me emocionar com as imagens dos cardais entoando a Ladainha dos Santos, enquanto se dirigem à Capela Sistina, encaminhando-se na direção da cruz no altar, tendo ao fundo as dramáticas pinturas de Michelangelo. Desta vez uma espantada Sophia foi testemunha do jorro de lágrimas incontroláveis. Observei atenciosamente a fila de 115 eleitores fazendo o juramento sobre a Bíblia, para escolher um "candidato" da minha preferência. Mas não foi aí que me decidi, foi hoje cedo, lendo a coluna de Elio Gaspari no Globo.

No momento, Sean O'Malley, americano de origem irlandesa, 67 anos, cardeal da cidade de Boston, é o meu favorito. Um capuchinho simpático que sabe administrar e tem doutorado em literatura portuguesa e espanhola. Gostaria muito que minha escolha coincidisse com a do Espírito Santo, mas, assim que avistar a fumaça branca na chaminé do telhado da capela, esquecerei tudo e estarei pronta para amar o novo sucessor de São Pedro. Abaixo um trecho da coluna do Gaspari:

"Se os cardeais querem um pontífice com MBA, capaz de entrar na Cúria, botar a casa em ordem e estabelecer um clima de tolerância mínima com a pedofilia, os escândalos financeiros e as maracutaias da Cúria, o papa seria o capuchinho Sean O'Malley, de 67 anos. Ele entrou no conclave sem o favoritismo dos cardeais Angelo Scola (arcebispo de Milão) e d. Odilo Scherer, mas sua repentina ascensão à lista dos "papabili" mostra que a possibilidade existiu.

Um papa americano ofende muita gente, mas O'Malley tem origem irlandesa, como d. Odilo Scherer a tem alemã. Além disso, um papa com cara de Papai Noel é outra história. Trata-se de um religioso que pode ser visto nas ruas de Boston, andando com as roupas e as sandálias da ordem. Ele limpou sua arquidiocese, a mais prestigiosa e também uma das mais corruptas dos Estados Unidos. Seu antecessor, o cardeal Law, era um queridinho dos líderes dos movimentos de esquerda, mas vivia como um príncipe, mandava padres pedófilos para psiquiatras em vez de entregá-los à polícia, arruinou as finanças da arquidiocese, foi obrigado a renunciar e vive em Roma. Numa igreja que condena o divórcio, ajeitou a anulação do matrimônio de um filho de Robert Kennedy.

O'Malley é um pastor, foi missionário no Chile, junto aos sem-teto do Caribe e concluiu um doutorado de literatura portuguesa e espanhola. Pacificou seu rebanho, indenizou 111 famílias de vítimas de abusos sexuais e foi o primeiro prelado a baixar uma política de repressão a essas práticas. A Arquidiocese de Boston tornou-se um polo de assistência a imigrantes. Para um trabalhador brasileiro na cidade, é mais negócio procurar ajuda na obra social de O'Malley do que o consulado de seu país." (Elio Gaspari em artigo na Folha de São Paulo)
Sean Patrick O'Malley

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